quarta-feira, 6 de junho de 2012

Relações Ecológicas - uma forma fácil de entender

Como prometido, estou disponibilizando as figuras que usei na discussão sobre os tipos de Relações Ecológicas (cap 9). Junto a cada figura há uma pequena explicação.

Bom estudo!

  •  Relações Desarmônicas: nessas relações, observamos que há benefícios para indivíduos de uma espécie e prejuízo para indivíduos de outra.

- Predação: realizada por animais carnívoros, que se alimentam de outros. Animais onívoros também exercem relações de predação com outros animais, embora também consumam plantas ou partes delas. Um exemplo? Nós! :(



- Herbivoria: nesse caso, os animais se alimentam de plantas ou parte delas. Aqui, o animal obtém benefícios (alimento) e a planta é prejudicada, uma vez que perde uma parte de si ou é consumida por inteiro. Também podemos considerar o ser humano.




- Competição: devemos nos lembrar de que há competição intraespecífica e interespecífica. Quando falamos de competição intraespecífica estamos nos relacionando à competição entre indivíduos da mesma espécie e quando falamos de competição interespecífica estamos nos relacionando à competição de indivíduos de espécies diferentes. Não se esqueçam: a competição intraespecífica pode limitar o crescimento de uma população de uma espécie, sendo portanto, parte da resistência do meio (Capacidade suporte... lembram-se de algo?). Um exemplo desse tipo de competição: coelhos da mesma população e a busca por alimentos na região. A figura abaixo é exemplo de competição interespecífica.



- Parasitismo: nessa relação, uma planta ou animal se beneficia de seus hospedeiros, que são prejudicados pela relação entre ambos. Cipó-chumbo e ervas-de-passarinho são exemplos de plantas ditas "parasitas".
A figura abaixo representa uma relação de parasitismo entre animais.





  • Relações harmônicas: são relações de indivíduos de uma mesma espécie ou de espécies diferentes que trazem benefícios para pelo menos um dos indivíduo envolvidos. Não pode haver prejuízo para nenhum indivíduo nessas relações!

- Sociedade: é o caso das sociedades dos cupins, abelhas e formigas. Encontramos indivíduos com funções especializadas que cooperam no sentido de se alcançar "um bem de todos". Aqui, apenas alguns desses indivíduos se reproduzem (rainhas e machos). Na sociedade, os indivíduos estão anatomicamente separados uns dos outros. Uma forma semelhante de associação entre indivíduos da mesma espécie é na forma de Colônias. Aqui, eles estão fisicamente unidos. Um exemplo: corais.


                                                              Exemplo de Sociedade

              Exemplo de colônia: coral (um exemplar de coral conhecido como "Coral-Cérebro)

- Protocooperação (ou apenas cooperação): relação em que ambos indivíduos envolvidos se beneficiam. Aqui, eles são capazes de viver isolados, mas juntos, as chances de sobrevivência e reprodução são maiores. O caso do caranguejo conhecido como Paguro (ou bernardo-eremita ou caranguejo-eremitão ou casa-alugada) e as anêmonas que coloca propositalmente sobre suas conchas é o mais conhecido. Outro exemplo é observado entre os crocodilos e as aves-palito. Nesse caso, essas aves se alimentam das sanguessugas e restos de alimentos localizados entre os dentes dos crocodilos.

Paguro e sua "cabeleira" de anêmonas

                                                                Crocodilo e ave-palito


- Inquilinismo: aqui, um indivíduo de uma espécie é beneficiado e o indivíduo de outra não é afetado. No exemplo abaixo, vemos peixes-palhaços, os "inquilinos" de uma anêmona. 


Entre as plantas, o inquilinismo ganha um nome específico, o "Epifitismo", onde encontramos uma planta (a epífita) que usa outra planta como  apoio para buscar luz em pontos mais altos da mata. Um exemplo de epifitismo é observado nas bromélias e orquídeas.




- Comensalismo: outra relação em que um indivíduo se beneficia e outro não sofre prejuízos. Aqui, no entanto, a relação é focada na busca por fontes de alimentos; a anterior, na busca de abrigo e apoio, suporte. O exemplo abaixo é de um tubarão e uma rêmora, peixe que nada sob o tubarão se alimentando dos restos da alimentação daquele.


- Mutualismo: nesse caso, os dois indivíduos se beneficiam. A associação aqui presente é importante ao ponto de que as espécies que exibem esse tipo de relação não podem ser separadas, pois uma não vive sem a outra. É observado entre bactérias e protozoários produtores de celulase (enzima que digere a celulose presente nas plantas) e o tubo digestivo de cupins e herbívoros ruminantes (carneiros, cabras, veados e antílopes) ou não ruminantes (cavalos). Também é observada nos líquens (associação específica de certas espécies de fungos e algumas espécies de algas unicelulares ou cianobactérias).




Prestem atenção: quando estudando inquilinismo e o comensalismo, será possível encontrar em alguns lugares a sugestão de que inquilinismo é uma forma especializada de comensalismo, uma vez que nos dois casos um indivíduo tem benefício e o outro não sofre nada..

Outra coisa muito importante: alguns autores acham que a relação entre peixe-palhaço e anêmonas é um tipo de protocooperação. Aqui, considera-se que o peixe-palhaço encontra nas anêmonas abrigo e ambiente para colocação de ovos protegido de predadores. O peixe-palhaço, em retribuição, removeria sujeiras e parasitas da anêmona, além de seus restos alimentares servirem de alimento para esta. 

2 comentários:

  1. Ficou show o post dessa aula... adorei.

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  2. Muito interessante a explicação sobre a diferença entre o inquilinismo e o comensalismo. Em muitos trabalhos que já vir retratam a relação do peixe palhaço com a anêmona como comensalismo. Mas gora a duvida está esclarecida. brigado.

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